CORRUPÇÃO

Condenado por obstruir investigação da Operação Tromper,”Frescura” tem novo pedido de liberdade negado

Ueverton Macedo, o “Frescura”, alegou excesso de prazo, mas Justiça manteve prisão para garantir a ordem pública; celular escondido em bunker continua sendo peça-chave no caso de corrupção em Sidrolândia

Preso desde o fim de outubro de 2023, o empresário Ueverton Macedo da Silva, conhecido como Frescura, teve novo pedido de liberdade negado pela Justiça. Acusado de integrar e dificultar as investigações de um esquema milionário de corrupção na Prefeitura de Sidrolândia , ele foi condenado na semana passada a 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime semiaberto, por obstrução da Justiça.

O caso é parte da 3ª fase da Operação Tromper, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), que investiga fraudes durante a gestão da ex-prefeita Vanda Camilo. Segundo o Ministério Público, Ueverton escondeu um celular em um bunker dentro de casa, impedindo que provas fossem recolhidas. O aparelho nunca foi localizado.

Em seu novo pedido de habeas corpus, a defesa alegou excesso de prazo processual. Porém, o desembargador José Ale Ahmad Netto negou o pedido liminar e solicitou informações ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia. Em resposta, o juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva defendeu a continuidade da prisão preventiva, citando a necessidade de preservar a ordem pública e a aplicação da lei penal.

“A manutenção da prisão é medida ainda necessária para a garantia da ordem pública, da instrução criminal (já havendo histórico de obstrução) e da aplicação da lei penal”, destacou o juiz.

A defesa, representada pelo advogado Fábio de Melo Ferraz, argumentou que a recusa em entregar o celular ao Gaeco não se enquadraria como obstrução à Justiça, por se tratar de um órgão do Ministério Público e não do Judiciário. Contudo, a tese não foi acolhida pela Justiça, que considerou a atitude como essencial para dificultar o avanço da investigação.

O caso agora segue para análise da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

A Operação Tromper já revelou uma rede de fraudes na Prefeitura de Sidrolândia, com Claudinho Serra, então secretário de Fazenda e genro da ex-prefeita de Sidrolândia Vanda Camilo, apontado como líder do esquema. Parte crucial das descobertas foi possível graças aos dados de um celular de Frescura apreendido em fase anterior da investigação.

Até o momento, o aparelho escondido no bunker segue como peça-chave ausente no quebra-cabeça da investigação.

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Foto : Divulgação

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