Dívidas de R$ 259 milhões podem transformar antiga usina em Sidrolândia em novo assentamento

Antiga Fazenda Santa Olinda, com 6 mil hectares e histórico de conflitos, está sendo analisada pelo Incra para reforma agrária

A antiga Fazenda Santa Olinda, localizada em Sidrolândia (MS), pode se tornar o novo destino para famílias sem-terra do estado. O terreno de 6 mil hectares, pertencente ao grupo Jotapar Participações, acumula dívidas que ultrapassam R$ 259 milhões, incluindo tributos federais e estaduais, encargos trabalhistas e FGTS não pago. Avaliada em R$ 108 milhões, a propriedade está sob penhora judicial a pedido do BNDES e enfrenta disputas judiciais com outras empresas do conglomerado.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) está conduzindo os trâmites para a possível desapropriação da área, com processos em andamento em Brasília e São Paulo. O superintendente do Incra/MS, Paulo Roberto da Silva, informou que a Diretoria de Obtenção está cuidando do caso, mas não soube informar os detalhes finais para a destinação da propriedade.

A Fazenda Santa Olinda, que abrigava uma usina de álcool e açúcar desativada desde 2011, já foi palco de diversas ocupações por movimentos de trabalhadores rurais. Em 2023, lideranças desses movimentos começaram a construir barracos nas fazendas Pantanal e Boa Vista, próximas à sede da antiga usina. A Jotapar contestou essas ações na Justiça, alegando que as áreas não são improdutivas e não reconhecendo a propriedade como de conflito agrário.

Se confirmada a desapropriação, a área poderá abrigar dezenas de famílias sem-terra, contribuindo para a reforma agrária e o fortalecimento da agricultura familiar em Mato Grosso do Sul.