CORRUPÇÃO

Empresários e servidores da Agraer são alvos de operação da PF contra grilagem de terras no Pantanal

Investigação mira esquema milionário de falsificação de documentos e venda ilegal de cotas ambientais em áreas da União; ex-diretor da Agraer está entre os investigados

A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta quinta-feira (8), dez mandados de busca e apreensão em Campo Grande e um em Rio Brilhante durante a Operação Pantanal Terra Nullius, que apura um esquema de grilagem de terras da União no Pantanal, com fraudes na emissão de Cotas de Reserva Ambiental (CRA) e Títulos de Cota de Reserva Ambiental Estadual (TCRAE).

Entre os principais alvos da operação estão empresários e servidores da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul), incluindo um ex-diretor da fundação nomeado na gestão do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O esquema pode ter movimentado mais de R$ 3 milhões.

Foram identificados como investigados:

  • Mario Mauricio Vasques Beltrão, empresário
  • Bruna Feitosa Brandão, empresária
  • Nelson Luís Moía, engenheiro da empresa Toposat Engenharia
  • Elizabeth Peron Coelho, proprietária rural
  • André Nogueira Borges, ex-diretor da Agraer
  • Evandro Efigênio, procurador
  • Jadir Bocato, engenheiro da Agraer
  • Josué Ferreira Caetano, engenheiro da Agraer

De acordo com a PF, o grupo fraudava processos administrativos ao inserir documentos falsos para titularizar ilegalmente terras localizadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro — área pertencente à União e localizada em faixa de fronteira.

O modus operandi envolvia ocultar a origem pública dos terrenos. Quando a fraude era descoberta, o processo era anulado sob alegação de erro técnico; caso contrário, os títulos eram emitidos e validados ilegalmente, possivelmente com pagamento de propina.

Além dos mandados de busca, a Justiça autorizou o bloqueio de valores e o sequestro de bens que podem ultrapassar R$ 3 milhões.

Os envolvidos são investigados por associação criminosa, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema público, grilagem e crimes contra o meio ambiente.

A operação conta com apoio do Governo de Mato Grosso do Sul, que declarou acompanhar o caso e colaborar com as investigações.

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Fotos: Policia Federal


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