CORRUPÇÃO

Preso há 10 meses “Frescura” pede liberdade em meio a julgamento de esquema milionário em Sidrolândia

Apontado como braço-direito de Claudinho Serra, Ueverton Macedo é réu por corrupção, obstrução à Justiça e suspeita de compra de votos; processo da Operação Tromper está concluso para sentença

Preso desde outubro de 2024, o empresário Ueverton da Silva Macedo, conhecido como “Frescura”, tenta na Justiça a revogação de sua prisão preventiva. Ele é apontado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) como um dos principais operadores do esquema de corrupção investigado na Operação Tromper, que envolveu contratos fraudulentos da prefeitura de Sidrolândia.

Segundo os autos, mesmo após se tornar réu por envolvimento em desvios milionários continuou atuando nos bastidores da administração pública. Ele foi flagrado comemorando a nomeação de um aliado no Executivo sidrolandense, o que levantou suspeitas de influência política e possível benefício pessoal.

Além disso, Frescura é acusado de obstrução de Justiça, após esconder um celular em um bunker durante operação do Gaeco. Ele também teria sido flagrado com dinheiro vivo e cadernos de anotações que indicariam compra de votos.

Com o encerramento da fase de instrução do processo, o advogado de defesa, Fábio de Melo Ferraz, solicitou a liberdade do empresário, alegando que não há mais risco de interferência nas investigações. A ação penal, que é fruto da 2ª fase da Operação Tromper, está “conclusa” para sentença.

A denúncia aponta Claudinho Serra (PSDB), ex-vereador de Campo Grande e genro da então prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), como o chefe da organização criminosa. Ao todo, sete réus respondem ao processo, entre empresários e servidores públicos:

  • Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”
  • Ricardo José Rocamora Alves
  • Roberto da Conceição Valençuela
  • Odinei Romeiro de Oliveira
  • Evertom Luiz de Souza Luscero (apontado como laranja de Frescura)
  • César Augusto dos Santos Bertoldo (servidor)
  • Flávio Trajano Aquino dos Santos (servidor)

O empresário Milton Matheus Paiva, também denunciado, teve o processo suspenso após firmar acordo de colaboração premiada.

A investigação revelou que o grupo fraudava licitações, burlando documentos para que empresas específicas — sem estrutura ou capacidade técnica — vencessem as concorrências e posteriormente terceirizassem os serviços, drenando recursos públicos desde 2017. A prática envolvia, inclusive, servidores públicos do município.

A sentença do caso é aguardada nos próximos dias e pode marcar um desfecho importante para um dos maiores escândalos de corrupção na história de Sidrolândia.

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Foto: Rede Social / Divulgação


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