SIDROLÂNDIA

Acusado de matar companheira é absolvido por falta de provas e falhas na investigação em Sidrolândia

Airton Barbosa Louriano foi julgado por feminicídio, mas júri aceitou tese de desistência voluntária e apontou lacunas na apuração do caso

Airton Barbosa Louriano, acusado de espancar até a morte a companheira Luciene Braga Morale, de 50 anos, foi absolvido pelo Tribunal do Júri em Sidrolândia. O julgamento, realizado nesta quarta-feira (7), terminou com a desclassificação do crime de feminicídio após os jurados entenderem que não havia provas suficientes para condená-lo e que a investigação policial apresentou falhas.

O crime ocorreu na madrugada de 3 de janeiro de 2024. Na época, Airton foi preso em flagrante após levar a companheira já sem vida ao hospital, com sinais evidentes de espancamento. A versão apresentada por ele à polícia era de que Luciene teria sido vítima de um assalto enquanto saía para comprar bebidas e cigarros — relato que não foi confirmado por testemunhas do alojamento onde o casal vivia.

Durante o julgamento, a promotoria baseou a acusação em boletins de ocorrência anteriores, no depoimento de uma comerciante que disse que a vítima não saiu do local naquela noite e em ferimentos nas mãos de Airton. Já a defesa sustentou que ele não tinha intenção de matar, que não havia provas diretas do crime, e que Airton foi quem tentou socorrer a vítima e acionou a polícia.

As advogadas Herika Ratto e Fernanda Bourdokan apresentaram documentos do Samu que comprovariam que os ferimentos do réu eram antigos, além de destacar a ausência de perícia detalhada na cena do crime e a falta de objetos usados como arma. Também foi apontado que o tipo de lesão no corpo de Luciene sugeria a presença de mais de um agressor.

A tese aceita pelos jurados foi a da “desistência voluntária”, ou seja, de que Airton, ao perceber a gravidade do caso, teria desistido do suposto crime ao socorrer a companheira. Com isso, o caso foi desclassificado e será analisado por um juiz comum, que poderá decidir sobre outras possíveis responsabilidades.

A decisão provocou reações e levantou críticas sobre a condução da investigação. Para a defesa, a polícia falhou em investigar outros possíveis autores. Para a promotoria, a violência contra Luciene foi clara, mas faltaram elementos técnicos para sustentar a acusação.

O caso permanece sob atenção da Justiça, e novas diligências poderão ser realizadas com base nas fragilidades expostas no julgamento.

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Foto: Rede Social


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