Reajuste de até 9% será puxado por custos com termelétricas; impacto pode durar décadas e pressionar inflação

Os sul-mato-grossenses devem preparar o bolso: a tarifa de energia elétrica no estado pode subir até 9% em 2025, conforme levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). O estado aparece em segundo lugar no ranking nacional de aumento, atrás apenas do Pará, com impacto de R$ 18,03 por megawatt-hora (MWh).
O reajuste é consequência direta da sanção presidencial da nova lei que regulamenta a geração de energia eólica offshore. Embora o objetivo fosse fortalecer a segurança energética e incentivar fontes limpas, vetos do governo federal retiraram trechos que limitariam subsídios a usinas termelétricas movidas a carvão e gás natural, que são fontes mais caras e poluentes. Com isso, os custos aumentaram, e a conta foi repassada às distribuidoras e, por fim, aos consumidores.
Segundo a Abradee, o impacto total no país pode chegar a R$ 545 bilhões — o equivalente a manter a bandeira vermelha 2 nas contas de luz por 25 anos seguidos. Essa alta pode representar uma pressão inflacionária de 0,35 ponto percentual por mês no índice oficial de inflação.
Quando o aumento começa a valer em MS?
A Energisa MS, principal distribuidora de energia do estado, costuma ter o reajuste tarifário aprovado entre os meses de abril e maio. Portanto, o aumento previsto deve entrar em vigor no primeiro semestre de 2025, conforme o calendário da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Entenda como o reajuste é calculado:
- Custo de geração da energia (fonte e preço da produção);
- Encargos setoriais, como subsídios à tarifa social;
- Custos de transmissão e distribuição;
- Inflação e variação cambial, que afetam contratos do setor.
Top 10 estados com maior impacto (R$/MWh):
- Pará – R$ 19,45
- Mato Grosso do Sul – R$ 18,03
- Alagoas – R$ 17,88
- Rio de Janeiro – R$ 17,97
- Amazonas – R$ 17,77
- Mato Grosso – R$ 17,56
- Piauí – R$ 17,18
- Acre – R$ 17,16
- Tocantins – R$ 17,06
- Bahia – R$ 17,01
O reajuste, embora técnico, já gera críticas de especialistas e consumidores, que temem um novo ciclo de encarecimento da energia e seus efeitos em cadeia sobre o custo de vida.
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Foto : Four News
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