Inquérito apura mau cheiro, proliferação de pragas e riscos de contaminação do solo devido ao armazenamento inadequado de soja na empresa JS Sementes, na saída para Campo Grande.

O Ministério Público de Sidrolândia instaurou, nesta terça-feira (17), um inquérito civil para investigar possíveis danos ambientais provocados pelo armazenamento inadequado de grãos pela empresa JS Sementes, localizada às margens da BR-060, na zona rural do município. O procedimento busca apurar os efeitos da soja em decomposição armazenada em silos do tipo “silo bags” (bolsas), que causam mau cheiro intenso, proliferação de insetos e risco de contaminação do solo e das águas subterrâneas.
De acordo com denúncias feitas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente (Sederma), a empresa apresenta sérios problemas de conservação e monitoramento dos grãos armazenados, que ficam expostos por períodos superiores a 24 meses. O material deteriorado, somado ao mau estado de conservação das “bags”, resultou na decomposição da soja e na liberação de um forte odor, que em dias mais úmidos, alcança a área urbana de Sidrolândia.
A ação do Ministério Público foi movida para exigir a retirada imediata dos grãos podres, que somam 6.300 toneladas, de um total de 45 silo bags de 140 toneladas cada. A soja estragada, que tem um prejuízo estimado de R$ 2.800.000,00 para a empresa, deve ser destinada à produção de adubo, enquanto cerca de 30% do material ainda pode ser comercializado.
Técnicas da Sederma realizaram uma vistoria no local e identificaram diversos sinais de negligência, como vincos nas bolsas de armazenamento que favorecem a proliferação de pragas, além de infestação de insetos na área. Apesar de a empresa ter contratado uma dedetizadora, o problema persiste, afetando até mesmo as construções vizinhas.
A promotora de justiça, Janeli Basso, justificou a medida, destacando que a documentação já apresentada indica uma possível violação da qualidade ambiental. Segundo ela, a investigação aprofundará as condições do local e buscará tomar as medidas legais cabíveis. A empresa foi notificada e tem um prazo de 10 dias úteis para fornecer informações sobre o caso e decidir se firmará um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público.
Entre os impactos ambientais possíveis, o armazenamento inadequado pode resultar na contaminação do solo e da água por chorume, além do risco à saúde pública devido à proliferação de vetores e pragas. O MP também está apurando os prejuízos causados aos comércios locais, que têm recebido reclamações constantes sobre o mau cheiro.
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Foto: Four News
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