MEIO AMBIENTE

Cheia no Pantanal reduz habitat e aproxima onças de comunidades ribeirinhas

Felinos rondam casas na Barra do São Lourenço em busca de alimento; moradores relatam pânico e perdas de animais domésticos

O aumento expressivo no volume de chuvas deste ano, em comparação a 2024, provocou o retorno das baías, lagoas e campos encharcados no Pantanal de Corumbá, especialmente na região da Serra do Amolar, onde há uma das maiores concentrações de onças-pintadas do Brasil.

Com a expansão das áreas alagadas, o habitat natural das onças foi drasticamente reduzido, forçando os felinos a buscar alternativas de sobrevivência. Agora, as poucas áreas ainda secas, margeando o Rio Paraguai, se tornaram os principais pontos de caça e abrigo.

Essa mudança no comportamento das onças tem gerado tensão e medo entre os moradores da comunidade ribeirinha da Barra do São Lourenço, situada próxima ao Parque Nacional do Pantanal e a cerca de 220 km, por via fluvial, ao norte de Corumbá.

Relatos indicam que os animais selvagens passaram a rondar com maior frequência as residências, principalmente nas primeiras horas da manhã e à noite. Muitos moradores já contabilizam perdas de animais domésticos, como cachorros e aves, predados pelas onças famintas.

“Estamos com medo até de sair de casa, seja de dia ou de noite. A gente ouve os bichos por perto e já perdeu cachorro, galinha…”, conta um ribeirinho que preferiu não se identificar.

A situação levanta um alerta sobre o impacto das mudanças ambientais e climáticas no comportamento da fauna pantaneira, especialmente em relação ao convívio, cada vez mais próximo e tenso, entre humanos e animais silvestres.

As autoridades ambientais monitoram a região, mas até o momento não há uma solução definitiva para reduzir o risco de conflitos, enquanto as águas continuam dominando vastas áreas do Pantanal.

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Foto : Insituto Agwa


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