Ueverton Macedo da Silva, o ‘Frescura’, escondeu celular em bunker e dificultou investigações da Operação Tromper, que revelou desvios milionários liderados por Claudinho Serra (PSDB)

Ueverton Macedo da Silva, conhecido como “Frescura”, apontado como um dos operadores do esquema de corrupção em Sidrolândia, foi condenado a 3 anos e 6 meses de reclusão, além de 11 dias-multa, por obstrução da Justiça. A decisão é do juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno da Silva, que determinou o cumprimento da pena em regime semiaberto.
Apesar da condenação, Ueverton poderá recorrer em liberdade até o trânsito em julgado da sentença.
Segundo a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), Frescura escondeu seu celular em um bunker, criado dentro de sua própria residência, para impedir a apreensão do aparelho durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no dia 3 de abril de 2024, na 3ª fase da Operação Tromper.
O aparelho era considerado peça-chave para desmontar o esquema de corrupção que desviou milhões dos cofres públicos de Sidrolândia e foi chefiado, segundo o Gaeco, por Claudinho Serra (PSDB), ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Fazenda do município.
Em sua decisão, o juiz destacou a relevância do celular para as investigações, afirmando que:
“A investigação tinha como escopo exatamente apurar uma estrutura criminosa que se comunicava e realizava fraudes por meio de documentos e dados digitais. O armazenamento de dados nos equipamentos eletrônicos era essencial para estabelecer os agentes da organização e os crimes cometidos.”
O magistrado ainda ressaltou:
“A conduta do agente impediu o acesso e extração de dados do equipamento, cujo conteúdo não pôde ser analisado, estando evidente sua adequação ao delito em questão.”
Durante o processo, Ueverton permaneceu em silêncio durante as audiências. Sua defesa, feita pelo advogado Fábio de Melo Ferraz, alegou que o fato de não entregar o celular ao Gaeco não configuraria obstrução da Justiça, sob a justificativa de que o Ministério Público não integra o Poder Judiciário.
Porém, conforme o Gaeco, foi justamente a partir da análise do celular de Frescura, apreendido posteriormente, que se conseguiu comprovar a existência da organização criminosa e chegar à cúpula do esquema, liderado por Claudinho Serra. O grupo responde por crimes como associação criminosa, fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, peculato, falsidade ideológica e violação de sigilo em licitação.
A Operação Tromper segue em andamento, com expectativa de desdobramentos que podem atingir outros envolvidos e até expandir a apuração para casos de corrupção em outros municípios.
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Foto : Divulgação
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