CORRUPÇÃO

Justiça determina retorno de tornozeleira eletrônica a ex-pregoeira ré por corrupção em Sidrolândia

Ana Cláudia Alves Flores é uma das 22 rés na 3ª fase da Operação Tromper, que revelou esquema de desvio de dinheiro comandado por Claudinho Serra

A Justiça de Sidrolândia determinou que a ex-pregoeira municipal Ana Cláudia Alves Flores volte a usar tornozeleira eletrônica, menos de 24 horas após ter retirado o equipamento. A decisão, assinada pelo juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal, prorrogou por mais 180 dias o monitoramento eletrônico dela e de outros cinco acusados na 3ª fase da Operação Tromper.

Ana Cláudia é uma das 22 rés na operação que expôs um esquema de desvio de dinheiro público e pagamento de propinas, supostamente liderado por Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, o Claudinho Serra (PSDB), ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia.

De acordo com o processo, Ana Cláudia havia retirado a tornozeleira no dia 20 de maio, mas no dia seguinte foi intimada a recolocar o equipamento. Além dela, continuam monitorados os réus Thiago Rodrigues Alves, Carmo Name Júnior, Ricardo José Rocamora Alves, Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa e o próprio Claudinho Serra, apontado como chefe do esquema.

A defesa de Ana Cláudia, representada pelo advogado David Olindo, informou que entrará com pedido para revogar a decisão, argumentando que a ex-pregoeira precisa trabalhar para sustentar o filho e que o uso da tornozeleira a impede de aceitar serviços de organização de eventos em outras cidades ou durante o período noturno.

O Ministério Público, no entanto, se manifestou contra a retirada do equipamento, destacando que o filho de Ana Cláudia reside com a avó em Sidrolândia e que a acusada está morando atualmente em Campo Grande. A promotora Bianka M. A. Mendes reforçou que a criança já vivia com a avó antes mesmo da deflagração da operação, em abril de 2024.

O esquema investigado pela Operação Tromper envolve diversas fraudes em setores da Prefeitura de Sidrolândia, como o Cemitério Municipal, Fundação Indígena, abastecimento de veículos e contratos com empresários, que teriam repassado entre 10% e 30% do valor contratado ao ex-secretário Claudinho Serra, conforme revelou delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva.

Os 22 réus, incluindo Ana Cláudia, tornaram-se oficialmente acusados após o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, também da Vara Criminal de Sidrolândia, acolher a denúncia apresentada pelo Ministério Público em 19 de abril deste ano. A Operação Tromper é conduzida pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

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Foto : Divulgação


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