CORRUPÇÃO

Operação Tromper 4ª fase: MP desmantela rede familiar de ocultação de bens em esquema milionário em Sidrolândia

Nova etapa da investigação revela que ex-vereador Claudinho Serra usou esposa, mãe e irmã para blindar patrimônio. Esposa, filha da ex-prefeita Vanda Camilo, aparece como sócia de empresa apontada como fachada no esquema

A 4ª fase da Operação Tromper, deflagrada recentemente pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), jogou luz sobre o que os investigadores classificam como uma verdadeira rede familiar de blindagem patrimonial montada pelo ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Finanças de Sidrolândia, Claudinho Serra.

Segundo o MP, o grupo criminoso operava não só por meio de fraudes em licitações e contratos públicos na Prefeitura de Sidrolândia, mas também através de uma complexa “engenharia financeira” para esconder o dinheiro desviado, frustrar bloqueios judiciais e dificultar o ressarcimento aos cofres públicos.

Nesta etapa, os investigadores identificaram a participação direta de familiares de Claudinho Serra. A esposa dele, Mariana Camilo Serra — filha da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo —, é apontada como sócia de uma empresa médica suspeita de servir como fachada para movimentação de dinheiro do esquema. Além dela, a mãe e a irmã do ex-secretário também receberam transferências bancárias, depósitos em espécie e outros repasses sem origem justificada.

Os indícios apontam ainda para movimentações em espécie, uso de empresas de fachada e empréstimos fictícios, como um suposto mútuo de R$ 1 milhão que não possui registro em banco ou instituição financeira. A evolução patrimonial meteórica de Claudinho também chamou a atenção: de R$ 223 mil em 2020 para R$ 750 mil em 2022.

A Justiça autorizou novas buscas, bloqueios e a manutenção da prisão preventiva de Claudinho Serra, justamente para evitar o esvaziamento do patrimônio desviado. No entendimento do juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva, da Vara Criminal de Sidrolândia, o risco concreto de ocultação e continuidade do esquema exige medidas rigorosas.

A 4ª fase confirma o avanço da Operação Tromper na investigação de contratos milionários, superfaturamento de licitações e desvio de verbas públicas, agora ampliando o cerco sobre o núcleo familiar que atuava no blindagem do dinheiro desviado.

A cada fase, o caso Tromper vai desenhando o roteiro de uma organização com tentáculos na política, no serviço público e na administração de empresas privadas, sempre com um único objetivo: manter o dinheiro ilícito fora do alcance da Justiça.

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Foto: Divulgação


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