CORRUPÇÃO

Ex-secretário de Saúde de Sidrolândia, Pitó, ‘previu’ investigações e tentou manipular depoimentos, revela Operação Tromper

Enquanto tentava fugir da Justiça, Pitó e seus aliados disputavam a todo custo contratos e propinas, colocando a corrupção em alto escalão à vista do povo.

Luiz Carlos (Pitó) e ex-prefeita Vanda Camilo (Foto:Divulgação)

A 4ª fase da Operação Tromper revelou que o ex-secretário de Saúde de Sidrolândia, Luiz Carlos Alves da Silva, o Pitó, estava tão “preparado” para ser alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que deu dicas de como seus aliados deveriam se comportar ao depor – uma verdadeira aula de como proteger os esquemas de corrupção no coração da Prefeitura de Sidrolândia.

Fugindo de uma investigação que já parecia inevitável, Pitó orientou seus “parceiros” a não caírem na armadilha do Ministério Público Estadual (MPE). Mas não parou por aí: o ex-secretário, que já estava com um pé fora da prefeitura, instruiu os envolvidos sobre como manipular depoimentos, monitorou as movimentações do Gaeco e fez de tudo para escapar da exposição pública das falcatruas.

Do Carmo – Empresa montada pela mãe de uma servidora pública, Maria do Carmo de Souza (Foto:Marcos Maluf)

A trama revelou ainda disputas internas pela propina, com Pitó e sua turma brigando com outros grupos criminosos por contratos valiosos, como o que envolvia a empresa Do Carmo – fachada montada pela mãe de uma servidora pública, Maria do Carmo de Souza. Os contratos de transporte superfaturado e outros serviços viciados estavam sendo usados para desviar milhões dos cofres públicos, enquanto Pitó, Arielle Cotócio (esposa do vereador Cledinaldo Cotócio) e outros figurões se enredavam em uma verdadeira guerra pela grana fácil.

Arielle Cotócio e esposo,vereador Cledinaldo Cotócio (Foto:Rede Social)

Em conversas reveladoras, Roberta Souza e Douglas dos Santos Silva, envolvidos na trama, não só discutem sobre contratos fraudulentos, mas também se queixam da ganância de outros membros do esquema, como a secretária Arielle, que fazia de tudo para garantir seu pedaço do bolo. Pitó, em pânico, ainda fez questão de proteger o esquema, orientando todos sobre como enganar a Justiça.

A Justiça, no entanto, não foi tão generosa com Pitó. Apesar do pedido de prisão preventiva do MPE, o juiz Bruce Henrique dos Santos Bueno Silva apenas determinou o uso de tornozeleira eletrônica para o ex-secretário e o proibiu de manter contato com outros envolvidos. A medida gerou ainda mais especulações.

Essa história não é mais sobre investigação. É sobre poder, corrupção e a tentativa de manipular um sistema inteiro em benefício próprio. Sidrolândia continua no centro da luta contra a corrupção, e parece que Pitó e sua turma ainda têm muito a esconder.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar as noticias do FourNews / Siga-nos no Instagram : Four News

Deixar um Comentário