SIDROLÂNDIA

Sidrolândia tem 8º maior PIB de MS, mas amarga 54ª posição em qualidade de vida

Estudo do Instituto de Progresso Social revela que riqueza econômica ainda não se traduz em bem-estar social no município; cidades menores como Glória de Dourados e Chapadão do Sul superam Sidrolândia no ranking de qualidade de vida.

Apesar de ostentar o 8º maior Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul e um PIB per capita de R$ 65.430,84 — o 509º maior do Brasil —, Sidrolândia aparece apenas na 54ª posição entre os 79 municípios do Estado quando o assunto é qualidade de vida, de acordo com o estudo do Instituto de Progresso Social (IPS). No ranking nacional, a cidade ficou em 3.354º lugar.

Com índice de 57,19 em uma escala de 0 a 100, Sidrolândia é superada por diversos municípios menores e com PIBs mais modestos. Glória de Dourados, por exemplo, que ocupa apenas a 68ª posição em Produto Interno Bruto estadual, aparece em 2º lugar no ranking da qualidade de vida com 66,81 pontos, impulsionada por baixos índices de violência, desnutrição e mortalidade infantil.

Outros municípios com perfil econômico semelhante ao de Sidrolândia também se destacam: São Gabriel do Oeste (62,5 de IPS) está em 7º, Chapadão do Sul (62,11) em 11º e Maracaju (60,58) em 18º. Rio Brilhante (53,39) e Naviraí (62,87) também estão à frente no ranking estadual.

Os dados mostram que, embora Sidrolândia esteja bem posicionada no desenvolvimento econômico — 43ª no IFDM (Índice de Desenvolvimento Municipal) da Firjan —, ainda enfrenta grandes desafios sociais. Um dos destaques negativos é a morosidade da Justiça local: uma ação de direito previdenciário leva, em média, 414 dias para ter sentença, enquanto processos de família demoram mais de 600 dias.

A desigualdade social também é um fator preocupante. Aproximadamente 53% da população está inscrita no Cadastro Único, sendo que 5.974 vivem em situação de extrema pobreza (com renda per capita de até R$ 109) e 2.692 têm renda de até R$ 219. Mais de 10 mil famílias recebem o Bolsa Família, com benefício médio de R$ 660,44, o que injeta mensalmente R$ 2,5 milhões na economia local.

O IPS leva em consideração 57 indicadores de fontes oficiais como IBGE, DataSUS, INEP, CNJ e CadÚnico, organizados em três grandes eixos: Necessidades Humanas Básicas, Fundamentos do Bem-Estar e Oportunidades. Entre os novos critérios da edição deste ano, estão o consumo de alimentos ultraprocessados, tempo de resposta a benefícios previdenciários e situação de famílias em vulnerabilidade.

A pesquisa aponta que “a robustez econômica não garante, por si só, progresso social”, como afirmou Melissa Wilm, coordenadora do IPS Brasil. O resultado acende um alerta para gestores públicos e a sociedade civil sobre a necessidade urgente de transformar crescimento econômico em inclusão social e serviços públicos mais eficientes.

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Foto : Four News

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